quinta-feira, 24 de março de 2011

“Vinda do FMI tem mais prós do que contras”




Ex-ministro das Finanças defende pedido de ajuda externa e apela a coligação alargada dos dois maiores partidos.

"A oportunidade é má devido à situação do país e dos mercados internacionais". É desta forma que Miguel Beleza, antigo ministro das Finanças do Governo de Cavaco Silva, reage ao pedido de demissão do primeiro-ministro, José Sócrates, apresentado ontem ao Presidente da República. Apela uma coligação alargada com os dois principais partidos, PS e PSD, e defende que, neste momento, um pedido de ajuda externa "tem mais prós do que contras".

"Era um desfecho esperado desde há dois ou três dias e na verdade a confiança antes desta crise política já não era grande face às taxas de juro que Portugal está a pagar. Gostaria de ver agora uma coligação alargada, com pelos menos dois partidos, por um período de vigência limitado", afirmou ao Económico Miguel Beleza

Este economista alerta que até à realização de eleições e o novo Governo estar definido, "estão em causa mais de dois meses que é um tempo considerável e não é positivo, pois tornará mais difícil o problema de financiamento do País" e afirmando temer que "não haja consciência suficiente para a gravidade deste problema".

Realça ainda ao Económico que um eventual pedido de ajuda externa "não é uma derrota ou vitória da selecção nacional, é uma alternativa". Para o ex-ministro das Finanças "uma hipotética intervenção" do Fundo Monetário Internacional (FMI) deve ser "discutida e pensada de uma forma não emocional".

Miguel Beleza realça: "recorrer ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira, e através disso ao FMI, não é uma desgraça e pode até ser uma solução para o país", considerando que todas as autoridades (portuguesas) tornaram a vinda hipotética do Fundo numa derrota enorme.

"Gostaria de ver as pessoas a olhar para a ajuda externa com tranquilidade e ver os prós e contras", frisa Miguel Beleza, defendendo que "neste momento até teria mais prós". Desde logo, aponta, por que "o Fundo, bem ou mal, goza de maior credibilidade no exterior, o que traria mais confiança aos mercados internacionais, porque a probabilidade do programa de consolidação das contas públicas ser cumprido é maior".

Recordando que trabalhou "alguns anos" no FMI, o professor da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa disse os técnicos daquela instituição "não são assim tão maus e as medidas não terão de ser necessariamente mais duras". Até porque, explica, um programa mais credível pode resolver os problemas dos mercados internacionais, pois os credores exigiram exigiriam uma taxa de juro menos alta" e "um prémio de risco mais baixo" nos empréstimos a Portugal.

"Não era nada mau se fossem mais baixos os juros que temos de pagar", remata para concluir que, por esta via, "as medidas de austeridade até podiam ser aplicadas por um período de tempo mais curto, pelo que não é exacto dizer que o FMI equivale a um apertar maior do cinto".


Não faço questão que nas próximas eleições ganhe o PS, o PSD ou mesmo até o CDS.
O que me preocupa é que apareça um novo 1º Ministro que minta constantemente ao povo e que sorrateiramente crie medidas e tome atitudes que prejudique o povo.

Um 1º Ministro que continue a esbanjar em seu favor e a favor dos seus "boys" tirando o pão da boca ao povo.

Seja quem fôr o futuro 1º Ministro, basta de mentiras, basta de aldrabices e esquemas maquiavélicos.

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